O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo porque, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar. Michel Foucault

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fetichismo


Marx em sua obra máxima intitulada “O Capital”, nota que a mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantinha o seu valor real de venda, que segundo ele era determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim, que esta, por sua vez adquiria uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado, o que ele queria denunciar com isto é que a mercadoria parecia perder sua relação com o trabalho e ganhava vida própria.
Karl Marx denomina este fenômeno como sendo um “Fetiche da mercadoria”, para isto ele se baseia na história do personagem bíblico Moisés, que após vagar quarenta anos com o povo escolhido por Deus (Judeus) atrás da terra prometida se depara com a crescente descrença dos seus seguidores, que já estavam cansados de se deslocar errantemente por vários lugares, dado esta insatisfação Moisés, deixa o seu povo em uma terra fértil e se retira temporariamente para meditar e procurar algum sinal que indique a existência real deste Deus, a localização da terra prometida e que com isto possa recuperar a fé do seu povo que ia se perdendo rapidamente.
Moisés sobe ao monte Sinai e fica por muito tempo lá a meditar, o povo ao sentir o sumiço de seu “guia”, se reorganiza politicamente e espiritualmente naquele lugar onde fixaram sua vida material, elegendo a partir disto novas lideranças e novos deuses em que acreditar e orar. Muito tempo se passa em cima do monte Sinai, onde está Moises a meditar até que após vários dias e quem sabe meses os céus se abrem e deles surgem o sinal tão esperado pelo povo Judeu, as tabuas da salvação, onde estavam contidos os “Dez Mandamentos”. A partir deste sinal Moises, desce o monte Sinai e vai de encontro ao seu povo para lhes contar e mostrar a boa nova, ao chegar nota que estes haviam se reorganizado em sua ausência e que possuíam novas lideranças e principalmente que haviam juntado todo o ouro e jóias que carregavam consigo e fundiram estas para fazer uma imagem, um novo Deus, que segundo a bíblia seria a imagem de um animal (possivelmente um bezerro) que havia se tornado objeto de adoração e glorificação pelo povo, o nome atribuído a esta imagem era “Fetiche”.
Marx se utilizou desta parábola bíblica e principalmente do nome atribuído à imagem citada para exemplificar na modernidade como o homem estava tratando as mercadorias (sapatos, bolsas, etc.), estas, que com o tempo deixaram de ser um produto estritamente humano para tornarem-se objeto de adoração, a mercadoria deixa de ter a sua utilidade atual e passa a atribuir um valor simbólico, quase que divino, o ser humano não compra o real, mas sim a transcendência que determinado artefato representa.
Este tema infelizmente não foi suficientemente esgotado por Marx que faleceu prematuramente em 1883, porém outros filósofos e sociólogos Neo-Marxistas da pós-modernidade como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Bernard Stiegler, Gilles Lipovetsky, Antonio Negri, Alain Badiou, se ocuparam deste assunto, assim criando uma tradição rica de analise deste fenômeno da fetichisação da mercadoria, como esta se dá objetivamente e subjetivamente no ser humano e principalmente propondo encaminhamentos para a resolução deste problema.
Autor: Leonardo Dlugokenski

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mais-valia

Mais-valia é o nome dado por Marx à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no sistema capitalista.
a mais-valia necessitaria ser realizada pela venda lucrativa da mercadoria, e que esta venda dependerá das flutuações da demanda, e que nem sempre o excedente potencial resultante da exploração irá realizar-se aos níveis esperados; como dirá o economista inglês Alfred Marshall o custo de produção e a demanda são duas lâminas de uma mesma "tesoura" entre as quais é determinado o preço da mercadoria. A teoria de Marx, no entanto, preocupa-se menos com o lucro capitalista enquanto tal e mais com a sua gênese social; ele se importa menos com o modo como o lucro é realizado e dividido do que com a maneira como é gerado. O lucro capitalista, para Marx, não é apenas um simples excedente; ele é o excedente como mediado por uma relação social historicamente específica
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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

FIchamento do texto " O dispositivo da sexualidade "

" O sexo nas comunidades cristãs tornou-se algo que era preciso examinar, vigiar, confessar e transformar em discurso. Podia-se falar de sexualidade, mas somente para proibi-la."

A sexualidade devia ser confessada nas igrejas, que por sua vez reprimia os individuos. O cristianismo pregava que o sexo era algo pecaminoso, fora dos principios da igreja e contra a vontade de Deus.

" A regulamentação sexual é essencial á organização da sociedade."

A instrução sexual dos adolescentes deve partir da familia na infância, para quando eles estiverem na fase jovem terem a opinião sexual formada, de forma que siga as verades qua a sociedade imponhe.

" A partir do momento em que há uma relação de poder, há possibilidade de resistência."

Onde há poder, ha resistência, sempre va haver alguem contra, que não vai dar o braço a torcer. Uma dominação pode ser modificada dependendo das condiçoes e estrategias imposta a elas.

" Nas sociedades ocidentais, durante séculos, se ligou o sexo á busca da verdade, sobretudo a partir do cristianismo."

O cristianismo por ter poder religioso, influênciava as pessoas com suas teorias em relação da sexualidade, buscavam suas próprias verades.